terça-feira, 8 de agosto de 2023

PACAP: Um novo alvo no tratamento da migrânea.

A Enxaqueca (migrânea) é uma doença neurológica incapacitante que afeta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, com uma prevalência até três vezes maior em mulheres. Clinicamente, é caracterizada por crises de cefaleia pulsátil, de intensidade moderada a alta, associada a fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos, entre outros sintomas. 
A descoberta de que o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) — um neuropeptídeo abundante no sistema trigeminovascular — está envolvido na fisiopatologia das crises de migrânea foi um marco na compreensão dos mecanismos da doença, e permitiu o desenvolvimento de novas opções terapêuticas. Dentre elas temos as moléculas antagonistas do CGRP, os "gepants" (por exemplo, ubrogepant e rimegepant) e anticorpos monoclonais. Todavia, estima-se que apenas 60% a 70% dos pacientes respondam a esses tratamentos que têm o CGRP como alvo.

Na década de 1980, um outro neuropeptídeo  (PACAP), começou a ser estudado quanto ao seu envolvimento na patogênese da migrânea. 

Ao longo dos anos, diversas evidências vêm mostrando que o PACAP tem papéis importantes nos principais mecanismos da fisiopatologia da migrânea.

Com base nesses conhecimentos, iniciou-se a busca por novos tratamentos profiláticos envolvendo o sistema PACAP.

Concluindo, é possível que a intervenção sobre o sistema PACAP possa ser mais uma alternativa no tratamento preventivo da migrânea, em especial nos pacientes não responsivos a fármacos anti-CGRP. Os resultados do ensaio fornecem, de fato, uma esperança e podem abrir o caminho para uma nova classe de medicamentos preventivos para pessoas que convivem com a migrânea no mundo todo.



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