terça-feira, 30 de abril de 2019

SAIBA DIFERENCIAR A DOR DE CABEÇA COMUM DA ENXAQUECA


A dor de cabeça atinge 96% das pessoas, ou seja, quase todo mundo já sofreu ou vai sofrer com esse problema um dia.

Dor de cabeça, também chamada de cefaleia, é toda dor sentido na região do crânio

Entre os vários tipos existentes, a mais comum é a enxaqueca, que geralmente é herdada.

O maior risco de uma cefaleia é que ela leve ao uso excessivo de analgésicos e ao agravamento da dor, que poderá tornar-se diária.

Para evitar as crises, os cuidados são para a vida toda.

Conflitos familiares, falta de tempo para o lazer, e problemas no trabalho. Com tanta coisa para administrar no dia a dia, você pode ser mais um na estatística das pessoas que vivem tendo dor de cabeça desencadeadas pelo estresse.

Considerada uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos, perdendo apenas para a dor lombar, a dor de cabeça, também conhecida como cefaleia, tem prevalência de 96%, especialmente entre as mulheres. Isso significa que praticamente todo mundo pode ter esse sintoma ao longo da vida. Um de seus tipos, a enxaqueca, chega a afetar 10% da população mundial.

Apesar de ter um impacto negativo na vida das pessoas, a dor de cabeça é considerada subdiagnosticada e subtratada. Uma das possíveis causas desse quadro é a banalização do sintoma dor de cabeça. Por parecer algo tão normal, as pessoas acabam se automedicando sem pensar em buscar ajuda especializada. Mas não deveria ser assim.

Como ela se manifesta?

Cefaleia é toda dor localizado na região craniana, ou seja, na testa, têmporas, e até na parte de trás do crânio. Qualquer sensação dolorosa nessa parte do seu corpo é considerada cefaleia.

Importante destacar que dor de cabeça não é uma doença, mas um sintoma que precisa ser investigado, caso se repita com frequência.

Por que isso acontece?

A origem da cefaleia tem causas variadas que podem ser um sinal de alerta para um distúrbio em qualquer parte do corpo, inclusive o cérebro. Potencialmente curável, uma vez tratada, a sensação desaparece. A dor de cabeça pode ser uma consequência de:

Gripe;

Meningite;

Sinusite;

Traumas Cranianos;

Tumores;

Problemas na região cervical;

Hemorragias cerebrais e meníngeas, entre outras.

A dor de cabeça também pode decorrer de algum problema relacionado ao sistema nervoso central (SNC). O mais comum é a enxaqueca. Incapacitante, ela é tida como uma disfunção herdada, já que acomete cérebros geneticamente predispostos. Nesse caso, a cefaleia será apenas um dos sintomas da doença.

Saiba diferenciar a dor de cabeça comum da enxaqueca:

Dor de cabeça comum: é também definida como do tipo tensional. Geralmente, este tipo de dor é de intensidade leve a moderada e abrange toda a cabeça, conferindo-lhe uma sensação de peso ou pressão. Nessa hipótese, o incômodo passa com o uso de analgésico ou breve repouso.

Enxaqueca: a dor tem características próprias e sempre vem acompanhada de outros sinais, como os abaixo:

A intensidade é de média a forte;

A dor acomete um dos lados da cabeça, especialmente testa e têmporas, mas pode migrar para o outro lado ou ser bilateral;

A sensação dolorosa se manifesta como uma pulsação. É como se um coração batesse na cabeça;

Há maior sensibilidade à luz, sons, odores (perfumes, cheiro de alimentos, fumaça, cigarro, etc.);

Pode ocorrer perda de apetite, enjoo ou vômito;

Sente-se vertigem, tontura ou sensação de desequilíbrio;

Observa-se ansiedade, irritação, cansaço e sonolência semelhantes ao que se vivencia quando se está em estado pré-gripal;

A compulsão por doces é notável;

Há queda da concentração e rendimento no trabalho, entre outros sinais.

Como as enxaquecas se dividem em dois tipos (com aura e sem aura), além de todos esses elementos, estarão presentes sintomas neurológicos como distorções visuais, isto é, o indivíduo enxerga pontos brilhantes, tem perda de campo visual: metade dele, apenas periférico ou mesmo perda total da visão por alguns momentos.

Os gatilhos da enxaqueca

Outra particularidade da enxaqueca é a identificação de gatilhos, ou seja, circunstâncias que podem desencadear a dor. As mais frequentes são:

Cansaço;

Estresse;

Privação de sono;

Jejum prolongado;

Ciclos hormonais femininos;

Variações climáticas (extremo de clima, calor ou frio, bem como ambiente com ar-condicionado);

Consumo de álcool.

Determinados alimentos.

Quando procurar ajuda médica?

Se você conta três dias de dor de cabeça no período de um mês, ocasiões nas quais o uso de analgésico foi necessário, procure um neurologista imediatamente. A contagem pode ser assim: a dor se manifestou por três dias seguidos, ou um dia a cada semana.

Se, durante um trimestre, você conta 15 dias ou mais de cefaleias no intervalo de 30 dias, e isso se repete no espaço de um ano, já significa que a dor de cabeça é crônica.

Aliás, as pessoas levam, em média, oitos anos para consultarem um especialista. Isso porque quando o sintoma incomoda, ele nunca é levado a sério e as pessoas sempre encontram uma justificativa: é a TPM, um odor forte em determinado ambiente, o jejum prolongado. Aí, a alternativa para se livrar da dor é a automedicação.

O problema é que o uso contínuo e repetido de medicações analgésicas é um dos principais fatores de agravamento ou piora das enxaquecas, e acabam fazendo que elas se tornem diárias.

Como é feito o diagnóstico

O médico deve fazer um levantamento detalhado da sua história (Anamnese). Por meio de uma conversa ele buscará identificar as características da dor: frequência, duração, intensidade, local, além das situações em que ela se manifesta, piora ou melhora.

Esteja pronto para responder a ele se alguém de sua família tem sintoma semelhante, como é a sua rotina alimentar, o seu estilo de vida e as condições de trabalho, além de como enfrenta o estresse no dia a dia. Depois dessa conversa, vem o exame físico. Alguns médicos poderão observar as veias da cabeça e o pescoço, a articulação da mandíbula, dos ombros e a região cervical.

Se houver suspeita de que a origem da sua cefaleia seja enxaqueca, saiba que não há exame que defina um diagnóstico. Na verdade, é frequente que testes como ressonância magnética, encefalograma e tomografia apresentem resultados normais.

A enxaqueca é uma doença da função do cérebro, diferente de doenças de causas estruturais, como o aneurisma e o tumor, que têm evolução muito rápida (aguda) e levam a uma ação rápida em busca de uma solução. Já na enxaqueca, não. Como a função é daquela forma, as pessoas se acostumam a viver com a dor.

O que esperar do tratamento:

Ele dependerá da causa da cefaleia. Como a situação mais comum é que se trate de um quadro de enxaqueca, o objetivo terapêutico é reduzir as crises.

Quando a dor está no auge, existem vários medicamentos específicos para o seu alívio, assim como opções profiláticas, ou seja, que previnem outro episódio e são de uso diário, alguns deles disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). E até a toxina botulínica pode trazer alívio.

No caso da enxaqueca, é preciso ter em mente que o cuidado será para sempre e que, para um controle consistente, o tempo de tratamento pode ser de um a dois anos.

O papel da dieta

Determinados alimentos podem servir de gatilho para desencadear a crise de Enxaqueca. O que se observa na prática clínica é que a rotina de alguns pacientes também é prejudicial, sendo comum relato de jejum prolongado, situação que irá desencadear a crise.

Principais alimentos, nutrientes e substâncias que são estimulos (gatilhos) da Enxaqueca:

- Cafeína: presente no café, chá-mate, chá-branco, chá-verde, chá-preto etc., refrigerantes e bebidas à base de cola, a substância pode ser retirada completamente da dieta e mesmo ser objeto de uma desintoxicação medicamentosa. Para algumas pessoas a retirada é gradativa e é admitido o consumo de café descafeinado.

- Adoçante à base de aspartame: encontrado em bebidas prontas, refrigerantes e iogurtes do tipo zero. Indica-se ler sempre a lista de ingredientes do produto para identificar se há o adoçante. O consumo deve ser limitado.

- Alimentos embutidos: presunto, peito de peru, linguiça, salsicha, entre outros, são ricos em nitrito, um oxidante do sistema nervoso e que pode desencadear a dor.

- Bebida alcoólica: quem tem enxaqueca, é sempre menos tolerante ao seu consumo.

Se quiser incluir na dieta alimentos favoráveis, inicie a ingestão de vegetais verdes-escuros, oleaginosas, carnes, peixes e frutas. É importante esclarecer que tais itens não devem ser usados como se fossem medicamentos. Eles garantem uma boa rotina alimentar, ou seja, ajudam a construir um hábito saudável que leva à redução de crises.

Dicas de prevenção ou para colaborar com o tratamento.

Alguns fatores desencadeantes não são modificáveis, como as mudanças climáticas e os odores à sua volta, mas você pode colocar em prática os cuidados abaixo indicados para reduzir as crises:

Evite automedicar-se;

Procure um neurologista se a dor é aguda ou frequente;

Seja paciente e colaborativo durante o tratamento. Uma melhora considerável, com redução de crises de enxaqueca pode levar de um a dois anos;

Invista no autoconhecimento para ser capaz de identificar o que desencadeia a dor para você;

Procure comer de três em três horas. Jejum prolongado é gatilho para a dor;

Mantenha uma rotina de sono e procure dormir, no mínimo, sete horas por noite;

Evite o estresse ou tome providências para minimizá-lo;

Fuja do consumo de tabaco, álcool e outras drogas;

Garanta boa hidratação diária, beba de dois a três litros de água por dia, todos os dias;

Adote o hábito de anotar o que comeu, para identificar os alimentos que consumiu nas horas anteriores a uma crise.

Mantenha um peso saudável. Extremos na balança são fatores de risco para cronificação da dor de cabeça.

Opte por qualidade de vida e agende uma consulta no Centro Especializado no Tratamento de Enxaqueca (CENTE), através do site: www.cente.net.br ou pelo Whatsapp: 12.99639.6954

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