terça-feira, 30 de agosto de 2011

CEnTE:Centro Especializado no Tratamento de Enxaqueca


CEnTE:Ambulatório deTratamento da Enxaqueca

Esta introdução explica o papel do Ambulatório de dor de cabeça (cefaléia) e enxaqueca. Convém ressaltar, que a dor talvez seja a principal determinante do sofrimento humano. E é esse o principal objetivo do Ambulatório, que aborda e trata uma das formas mais freqüentes de dor, que é a enxaqueca. A enxaqueca, além de produzir sofrimento e incapacidade, é seguramente à causa mais comum de afastamento do trabalho, gerando um enorme ônus para a sociedade. Por essas razões deve ser considerado um sério problema de saúde pública.
A cefaléia é um sintoma debilitante e frequente na população geral cuja prevalência ao longo da vida, chega a 93% nos homens e 99% nas mulheres e cerca de 40% das pessoas tem cefaléia com certa regularidade (Rasmussen, 1993). No Brasil, 68,47% de pessoas relataram apresentar pelo menos uma crise de cefaléia uma vez no ano.


O que é Centro Especializado no Tratamento de Enxaqueca (CEnTE)? 

O Centro Especializado no Tratamento de Enxaqueca é um Ambulatório especializado no diagnóstico e tratamento de enxaqueca e dores de cabeça. O CEnTE esta ligado a um serviço de neurologia de um hospital e é dirigido por um neurologista expert em enxaqueca. O ambulatório normalmente é compostos por uma equipe multidisciplinar.
Um Ambulatório de enxaqueca será capaz de confirmar se suas dores de cabeça são enxaqueca, reverter o quadro clínico e rever o tratamento atual e sugerir maneiras pelas quais você pode administrar sua condição de sofredor de enxaqueca.
O profissional médico do Ambulatório irá, além de tratá-lo repassará a você conhecimentos sobre a enxaqueca e propor tratamentos eficazes, muitas vezes,  capaz de reverter o quadro clínico e controlar as crises de enxaqueca.
 

Será que todas as pessoas com enxaqueca necessitam recorrer a um CEnTE?

A maioria das pessoas que sofrem de enxaquecas ou com suspeita de ser portadora desta patologia, devem marcar uma consulta com um médico especializado e serão atendidas exclusivamente no setor específico destinado ao atendimento de Enxaqueca(CEnTE)
Se você não responde bem ao tratamento ou se a sua enxaqueca não esta evoluindo bem, neste caso uma investigação mais aprofundada pode ser necessária.
 As razões de seu médico querer encaminhá-lo para um Centro especializado incluem:
  • Dúvida sobre o diagnóstico de enxaqueca;
  • Uma forma rara de enxaqueca pode ser a suspeita;
  • Outras dores de cabeça além da enxaqueca estão presentes e podem complicar o diagnóstico;
  • O tratamento não está funcionando bem para você;
  • Sua enxaqueca ou dores de cabeça estão piorando com mais frequência;

  • A seu pedido. 

Como posso ser encaminhado para um Centro Especializado no Tratamento de enxaqueca (CEnTE)?

O CEnTE  irá solicitar uma carta de encaminhamento de um médico antes de aceitarem como novo paciente. Este encaminhamento pode ser de um médico de um posto de saúde da periferia da sua cidade ou, seu médico particular (ou de convênio), mas pode ser também um médico da rede hospitalar ou outro profissional médico do SUS.


O Centro Especializado no Tratamento de enxaqueca (CEnTE) têm longas listas de espera?

O número de novos pacientes do CEnTE  pode depender muito do número de funcionários que têm e os seus horários de funcionamento. O Ambulatório  estará aberto por algumas horas por semana e a maioria tem uma lista de espera. Para a maioria das pessoas, a primeira consulta vai demorar algumas semanas.


Como devo me preparar para minha primeira consulta?

Um diário da enxaqueca:

Antes de ir a um Ambulatório de Enxaqueca para a sua primeira consulta vale a pena manter um diário de suas crises de dor de cabeça. Manter um registro destas crises pode ser muito útil para ajudar o médico a ter uma imagem clara da enxaqueca. Isso também é importante porque, como não há nenhum exame específico para o diagnóstico de enxaqueca, muito será feito com base na sua descrição. O diário pode incluir informações sobre:
  • Quando começa a dor de cabeça (hora do dia, dia da semana)
  • Quantas vezes ocorrem às dores de cabeça
  • Onde a dor é localizada
  • O tipo de dor (latejantes, pontadas etc.)
  • Se existem sintomas associados (náuseas, vômitos,ou outros)
  • Quanto tempo as crises duram, qual foi a última crise?
  • Qual o medicamento que você toma?
  • O tratamento é eficaz ou não 
O diário pode conter muitas informações sobre vários aspectos da sua vida diária. Isso pode incluir:
  • Se você sofrer de insônia 
  • Refeições falhas ou atraso
  • As mulheres devem registrar detalhes de seu ciclo menstrual.
Muitas vezes, é útil observar se você fez alguma coisa diferente antes da crise, como a falta de uma refeição, principalmente durante as 24 horas antes da dor de cabeça começar.
Iniciar as anotações de suas crises de enxaqueca através um "Diário de Enxaqueca” (em Anexo).

Registro de medicação

O médico precisa saber os nomes e as doses de qualquer medicação que você tenha experimentado antes. Isto deve incluir remédios de ervas e tratamentos complementares (tais como acupuntura, homeopatia) que você tentou antes de procurar o CEnTE

O que vai acontecer na minha primeira consulta?

A sua primeira consulta ao CEnTE, o médico fará um levantamento detalhado de sua história clínica e sobre sua condição, incluindo dados de sua medicação prescrita e os resultados destes medicamentos, quando a sua enxaqueca começou e com que freqüência as dores de cabeça ocorrem. O médico irá perguntar sobre como você tem tomado seus medicamentos - se foram em forma de comprimido ou através de inaladores, ou injeções. Provavelmente você vai ser submetido a um exame físico. Isto pode fornecer pistas importantes para o médico. Durante sua primeira consulta o médico também fará muitas perguntas sobre a história de sua patologia atual.

Qual o tratamento que me serão oferecidos?

A natureza complexa das enxaquecas significa que os tratamentos disponíveis são variados e diferem de pessoa para pessoa. Não há atualmente nenhuma cura para a enxaqueca, existe um controle do quadro clínico e melhora da qualidade de vida. 
Uma vez que o diagnóstico de enxaqueca foi confirmado, o médico do CEnTE irá sugerir maneiras pelas quais você pode administrar as crises. Isso pode significar a tentativa de utilizar um novo medicamento, conselhos sobre seu estilo de vida, sugestões como lidar com seus sintomas e a enxaqueca para ajudar a minimizar o impacto sobre sua vida cotidiana.
Muitas pessoas apresentam pelo menos um fator desencadeante que resulta em enxaqueca. Na maioria dos casos, há um acúmulo de fatores desencadeantes, que podem incluir hábitos alimentares, mudanças de clima, mudança nos padrões de sono, falta de uma refeição e mudanças hormonais nas mulheres.
Se a sua enxaqueca não for possível ser controlada desta forma o médico pode prescrever drogas preventivas, embora isso seja necessário para a maioria das pessoas com enxaqueca.
 

Retornos para acompanhamento

Sempre é possível fazer um diagnóstico de enxaqueca na sua primeira consulta. Mas, é necessária uma série de retornos ao seu médico para controle da patologia e é importante manter um "Diário de Enxaqueca" detalhado, atualizado e sempre trazê-lo nos próximos retornos, que serão agendados. Se você  tem outro tipo de dor de cabeça será tratado e controlado no CEnTE. Depois de alguns retornos ao Ambulatório muitas pessoas acham que não precisam  mais voltar e abandonam o tratamento.Neste caso,pode ocorrer recidiva e piora do quadro clínico,devido ao abandono do tratamento.Portanto,você deve aguardar do médico a alta do tratamento proposto!

Fonte/Livro:
“Cefaléias Primárias: Aspectos Clínicos e Terapêuticos”.Fernando Ortiz;Edgard Raffaelli Jr et al. (2ª Edição). São Paulo: Editora Zeppelini, 2002.


“DIÁRIO DE ENXAQUECA”

O diário de enxaqueca é um instrumento de grande valia, é um método auxiliar no acompanhamento do tratamento, avaliando à eficácia das medicações prescritas contribuindo para uma melhor orientação profilática e principalmente no acompanhamento da evolução do quadro clínico, além de estimular à adesão ao tratamento. O diagnóstico clínico da enxaqueca é baseado nas características da dor e sintomas associados, portanto o seu conhecimento torna-se uma importante ferramenta para o diagnóstico correto. Para isso é importante que o paciente tenha e preencha corretamente um diário de enxaqueca, registrando o dia, horário de início e término da dor bem como sua intensidade e o alívio obtido após o uso da medicação.
Esses dados irão ajudar muito durante a consulta com o médico. (Siga as instruções e preencha em cada dia da semana a evolução da sua Enxaqueca).


      Nome :______________________________________Mês:______Ano:_________ 
         
Medicação Preventiva :_______________________________________Dose:______



Medicação na Crise__________________________________________Dose:_____



(Nos quadrados abaixo, marcar o número correspondente quanto a intensidade da DOR).

INTENSIDADE DA DOR: 0. AUSENTE 1.LEVE(Não Interfere nas Atividades) 2.MODERADA

(Interfere nas Atividades) 3.FORTE(Incapacita para Atividades )
(Nos quadrados abaixo, marcar o número correspondente quanto ao alívio da DOR Obtido)

ALÍVIO DA DOR: 0.NENHUM ALÍVIO 1.ALÍVIO LEVE 2.ALÍVIO MODERADO 3.ALÍVIO COMPLETO



MÊS:________DIA
01
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Intensidade
da DOR

Manhã















Tarde















Noite















Madrugada















Mênstruo
(Marcar X)















Alívio da Dor

















MÊS:________DIA
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Intensidade
da DOR

Manhã
















Tarde
















Noite
















Madrugada
















Mênstruo
(Marcar X)
















Alívio da Dor




































SINTOMAS ASSOCIADOS, MARCAR: N.Náuseas- V.Vômitos- FT.Fotofobia- FN.Fonofobia- OM.Osmofobia

Outros(especificar):_____________________



Mês__________ Dia
01
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Sintomas
Associados
















Mês__________ Dia
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Sintomas
Associados



















20 DICAS SOBRE ENXAQUECA


1- Analgésicos resolvem o problema?
Esse é um dos erros mais comuns --e perigosos-- em relação à enxaqueca. Freqüentemente, os pacientes se automedicam com esses remédios, tomando doses progressivamente mais altas.

O problema é que o abuso de analgésicos contribui para cronificar as dores. Além disso, nem sempre eles dão conta de acabar com uma crise de enxaqueca. Existem medicamentos específicos para o problema que, apesar de também agravarem as crises quando em excesso, são mais eficazes.

A Sociedade Brasileira de Cefaléia recomenda o uso de, no máximo, dois comprimidos por semana (dez por mês) de qualquer remédio para cortar a dor de cabeça. Menos de três meses seguidos de abuso já são suficientes para cronificar as dores.

2- Enxaqueca é sinônimo de dor de cabeça?

A Sociedade Internacional de Cefaléia reconhece mais de 200 modalidades de dor de cabeça (também conhecida como cefaléia). A enxaqueca, ou migrânea, é uma delas. Nesse caso, a dor costuma ser latejante e, em 60% das pessoas, localizar-se em só um dos lados do crânio. Muitas vezes, vem acompanhada por náuseas, vômitos e sensibilidade a luz, ruídos e cheiros fortes.Em geral, a crise dura de quatro a 72 horas, quando não tratada. Há ainda crises de enxaqueca sem dor de cabeça, quando o paciente tem apenas a aura (veja no próximo item).

3-
Quem tem enxaqueca enxerga pontos brilhantes e luzes?
 
Apenas um em cada cinco pacientes com enxaqueca apresenta a aura, fenômeno neurológico que faz com que a pessoa enxergue manchas e luzes, fique com os dedos ou os lábios dormentes ou com alterações na fala e nos movimentos, entre outros sintomas. Ela aparece minutos ou poucas horas antes das crises e costuma durar menos de uma hora.Mesmo sem apresentar aura, algumas pessoas conseguem perceber que terão crise com uma antecedência de até 24 horas. Bocejos constantes, dificuldade de raciocínio e grande necessidade de comer doces são alguns sinais.

4- É preciso fazer exames para diagnosticar?
 
Solicitados freqüentemente a pacientes com suspeita de enxaqueca, exames como tomografia, raio-X e ressonância magnética não detectam o problema.

Eles apenas servem para afastar a possibilidade de outras doenças, como tumores. Na maior parte das vezes, não são necessários. O diagnóstico da enxaqueca é clínico, feito no consultório a partir do histórico do paciente e de testes neurológicos.

Apenas exames mais sofisticados, como o pet scan, permitem observar os lugares no cérebro que são ativados na hora da crise de dor, mas são usados somente em pesquisas científicas.

5- É uma doença inofensiva?
 
Apesar de ser considerada uma doença benigna, que raramente gera complicações sérias, a enxaqueca compromete muito a vida do paciente.

Além de ficarem menos produtivos e de faltarem ao trabalho e a eventos sociais na hora das crises, muitos sofredores de enxaqueca acabam perdendo oportunidades sociais e profissionais por receio de que a dor apareça.

As complicações graves da enxaqueca são raras, mas podem ocorrer. Mulheres que têm aura muito prolongada correm mais risco de ter o chamado infarto migranoso, principalmente se forem fumantes e usarem pílula anticoncepcional.


6- Quem tem enxaqueca não pode comer chocolate, queijo e vinho?

Só um quarto dos portadores de enxaqueca tem crises relacionadas a alimentos. Estresse e ansiedade são gatilhos bem mais comuns. No caso de haver relação com a dieta, os culpados variam entre os pacientes e podem causar crises apenas em alguns momentos. Frituras, chocolate, queijos amarelos, embutidos, vinho tinto e cerveja são algumas das comidas e bebidas que mais influenciam.

Assim como o abuso de analgésicos, a cafeína presente em alimentos como café e refrigerantes de cola pode cronificar a enxaqueca. Estudos recomendam o limite de 250 mg de cafeína por dia (o equivalente a três xícaras de café).

Jejum prolongado, sol forte, odores pronunciados e mudanças de temperatura e de umidade do ar também são gatilhos comuns. Vilão para muitas outras doenças, o cigarro, nesse caso, não influi. Nas mulheres, é muito freqüente que as dores venham associadas ao período menstrual (antes, durante ou logo depois). Também há crises que não são desencadeadas por nenhum gatilho.
7- Comer muita fruta faz bem?
 
 
Nem sempre. Certas frutas, como as cítricas (laranja, limão, abacaxi) e a banana (principalmente a banana d'água), têm substâncias que desencadeiam crises de enxaqueca em algumas pessoas.

8- Problemas de vista causam enxaqueca?
 
 
Quase todo mundo que começa a ter dores de cabeça desconfia de que precisa usar óculos ou trocar a lente porque o grau aumentou. Segundo os especialistas. miopia, hipermetropia e presbiopia não são causas de dor de cabeça. Só astigmatismos muito graves em crianças causam cefaléia, e mesmo assim não é enxaqueca.

9- Sinusite causa enxaqueca?
 
Essa confusão é muito freqüente. Na verdade, as sinusites crônicas não causam dor de cabeça. As agudas sim, mas não têm característica de enxaqueca. Como a própria enxaqueca pode causar congestão nasal, a confusão aumenta. Um estudo americano mostrou que 90% das pessoas que se autodiagnosticavam como tendo dores de cabeça decorrentes de sinusite na verdade tinham enxaqueca.

10- Problemas na ATM causa enxaqueca?
 

As disfunções na ATM (articulação temporomandibular) podem ser causa de dor, geralmente localizada na região da própria articulação e relacionada ao uso (comer algo duro, falar muito, bocejar). Eventualmente, causa dor de cabeça, mas sem característica de enxaqueca.
11- É uma doença de adulto?
 
Entre 4% e 8% das crianças têm enxaqueca. A doença é uma grande causa de faltas à escola, e as queixas são confundidas por muitos pais com golpes para não ir à aula. As dores podem começar por volta dos cinco anos de idade e, em aproximadamente 40% dos casos, acabam espontaneamente na puberdade.

As crises de dor nessa etapa da vida duram menos (de 30 minutos a duas horas) e podem ser aliviadas com tratamento específico. Apesar de, na fase adulta, a enxaqueca afetar três vezes mais as mulheres, na infância ela é ligeiramente mais freqüente nos meninos.
12- Tem a ver com o fígado e com o estômago?
 
Como muita gente tem náusea e vômitos nas crises de enxaqueca, é comum que associem o problema ao estômago e ao fígado. Na verdade, esses incômodos ocorrem como parte do próprio processo químico da dor, que faz com que o estômago se dilate e fique paralisado, causando sensação de indigestão e enjôo.Mesmo o fato de certos alimentos desencadearem episódios de enxaqueca em
algumas pessoas não tem a ver com a digestão. Na verdade, eles possuem certas substâncias (como tiramina e nitritos) que agem diretamente no cérebro de quem sofre de enxaqueca.
13- Atividades físicas ajudam?


Nem sempre. A prática de atividades físicas, principalmente aeróbicas, costuma diminuir a freqüência das crises. Mas há pacientes que apresentam um tipo de enxaqueca cujas dores são desencadeadas com a prática de atividades físicas. Alem disso, na hora da crise, os exercícios físicos costumam piorar brutalmente a dor.

14- Passa com a menopausa?

Para muitas pacientes, a chegada da menopausa traz alívio. Mas, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaléia, apenas 30% das mulheres apresentam melhora significativa nessa fase. Isso ocorre principalmente com aquelas que têm enxaqueca perto do período menstrual.

15- Há alimentos que ajudam a melhorar a enxaqueca?

Muito se fala em dietas que ajudam a melhorar a enxaqueca, mas, segundo os especialistas consultados, elas não têm fundamento científico. O magnésio (encontrado em alimentos verdes frescos e frutos do mar) e um aminoácido chamado triptofano (presente em verduras frescas e no feijão) até podem ajudar, mas, nas quantidades presentes na comida, têm importância limitada. Quando as dores são desencadeadas por certos alimentos, evitá-los ajuda a diminuir as crises.

16- Não tem tratamento?

Ainda não há cura, mas hoje existem tratamentos que diminuem muito ou até acabam com as crises. Além dos medicamentos que são tomados na hora da dor, quem tem mais de três crises por mês ou sente dor muito forte, ainda que de vez em quando, pode ter de passar por tratamento preventivo com remédios.

Na crise de enxaqueca, por exemplo, a irrigação sangüínea periférica diminui, deixando os dedos das mãos e dos pés mais frios. Os pacientes aprendem a identificar esse sinal e a controlá-lo, fazendo com que o sangue, indiretamente, flua melhor no cérebro, o que traz alívio.

Uma pesquisa feita recentemente na USP (Universidade de São Paulo) comparou a eficácia do método em dois grupos de 30 pacientes de enxaqueca cada um. Enquanto um tomou remédios preventivos, o outro fez dez sessões de biofeedback. A melhora relatada pelos dois grupos foi semelhante. Em relação à intensidade da dor, quem usou o método disse que diminuiu, em média, 30%, enquanto no primeiro grupo a redução foi de 11%.

A toxina botulínica também está sendo testada como uma opção para quem não reage a outros tratamentos, mas o custo-benefício ainda é discutido.

17- Tem que tomar remédio por toda a vida?
 
Apesar de a enxaqueca ser uma doença crônica, como a hipertensão arterial e o diabetes, a medicação preventiva costuma ser retirada após oito a 12 meses de uso se o paciente estiver bem. Se as crises voltarem, pode ser necessário tomar os remédios por mais um período.

18- Acupuntura resolve o problema?

Os estudos são controversos. Enquanto alguns mostram bons resultados, outros não provam a eficácia para essa doença. Oficialmente, o poder terapêutico da acupuntura para enxaqueca não está confirmado no meio científico, mas o que médicos e pacientes relatam é que, na prática, muitas pessoas se beneficiam do método.

Além de acabar com a dor --muitas vezes de forma imediata-- na hora das crises, a técnica é muito usada para preveni-las, seja isoladamente ou em conjunto com medicamentos. Antes de se submeter às agulhas, é importante ter um diagnóstico preciso do problema, afastando outras causas mais graves.

19- Dormir muito ajuda a melhorar?

Em muitas pessoas, a privação de sono desencadeia dores de cabeça. Mas dormir mais do que se está acostumado também é um gatilho para as crises. Um caso relativamente comum é a chamada "enxaqueca de fim de semana", na qual o paciente só sente dores no sábado e no domingo --quase sempre porque dorme muito mais tempo do que o habitual. O segredo, portanto, é ter um ritmo de sono regulado.

20- Tomar remédio logo antes de comer um alimento que provoca crise resolve?

Pode até aliviar a dor no momento. Mas é um procedimento de risco que não deve ser feito rotineiramente, já que induz ao abuso de medicamentos, contribuindo para a cronificação da dor.