quarta-feira, 29 de maio de 2019

Entendendo a Enxaqueca


Enxaqueca não é somente uma simples dor de cabeça. É um problema de saúde sério, que acomete mais de 30 milhões de brasileiros (3 mulheres para cada homem) e merece acompanhamento médico especializado. Isso porque quem sofre de enxaqueca perde dias de trabalho e momentos importantes da vida por conta das crises que duram de 4 a 72 horas. E o pior: muitos fazem uso abusivo de analgésicos, o que significa que tomam mais de dois comprimidos do medicamento por semana.

Quem tem dores de cabeça constantes (mais de três episódios numa única semana) deve procurar ajuda. Não é raro o paciente perambular de médico em médico, passar por várias consultas, realizar diversos exames desnecessários e no fim ainda ouvir: “Olha, você tem só uma dor de cabeça. Toma um analgésico que passa”.

Para identificar a enxaqueca é necessário analisar o histórico do paciente. É preciso ter uma conversa longa com ele para investigar tudo, hábitos alimentares, comportamentos, histórico familiar. Costumamos, inclusive, fornecer um diário da dor, para que a pessoa escreva o dia em que teve a crise e tente identificar possíveis fatores desencadeantes. Por isso as consultas são longas. Os exames, como tomografia e ressonância, quando solicitados, só servem para descartar doenças secundárias, como tumor e aneurisma.

Como é uma crise de Enxaqueca?

Estima-se que as crises de enxaqueca comprometam 1,4% do total de anos de vida saudável do paciente. A dor de cabeça em geral é latejante e unilateral e pode mudar de lado; dependendo da intensidade da crise, a pessoa pode ficar impossibilitada de realizar suas atividades habituais e, na fase crítica, desenvolver sintomas como intolerância à luz, aos ruídos e a odores, além de náusea e vômito. Movimentos bruscos do crânio e esforços físico e mental também podem agravar o sofrimento durante a fase aguda.

Náuseas e vômitos são frequentes porque durante a crise ocorre uma estase gástrica, ou seja, a digestão e absorção do que foi ingerido são suspensas. Por isso o paciente se sente enjoado.

Dicas para pacientes com Enxaqueca 

A dica fundamental para quem sofre desse problema é prestar atenção na alimentação.

Queijos curados, molhos, vinho tinto, café e chocolates podem ser fatores desencadeantes da crise. Esses alimentos liberam substâncias inflamatórias que dilatam os vasos cerebrais e ajudam a desencadear a dor de cabeça.

Fatores ambientais como luz, odores fortes e barulho alto também podem funcionar como gatilho.

Oscilações hormonais pelas quais grande parte das mulheres passa durante a vida contribuem para desencadear as crises. Durante a menstruação, por exemplo, o nível de estrogênio diminui. Com isso, os vasos sanguíneos se dilatam, ocasionando as dores.

Fique atenta quanto ao uso de anticoncepcionais se você tem enxaqueca com aura (fenômeno sensorial que antecede a dor) e seja fumante. Esses fatores associados triplicam a probabilidade de derrame (AVC).

A importância do tratamento preventivo para enxaqueca

Existem pacientes que, pela falta de tratamento adequado, passam a ter crises diárias de dor.  No entanto, é preciso cuidado: o abuso de analgésicos e o aumento progressivo das doses necessárias para alívio das crises podem resultar em um efeito rebote cujo resultado é o agravamento dos sintomas.

Existem medicamentos específicos para os casos de dor recorrente. Na prática, o paciente tem que fazer um tratamento preventivo com medicamentos que diminuem a frequência e a intensidade das crises (com o advento dos anticorpos monoclonais surge nova esperança no tratamento da Enxaqueca, saiba aqui como funcionam esses tratamentos específicos). Para os momentos de dor aguda, o médico pode indicar o uso de sumatriptana, droga que reverte a dilatação dos vasos e diminui a transmissão da dor, e de naproxeno, que diminui a inflamação.

Hoje, essas duas drogas podem ser encontradas em um único medicamento. Mas é essencial que o paciente procure a ajuda de um especialista. Se ele for a um neurologista, é importante ressaltar que sente dores de cabeça frequentes e perguntar se ele trata esse tipo de problema. Senão, peça que ele lhe indique um especialista.

Além dos medicamentos, é importante praticar atividade física. Se você tem dores recorrentes, procure fazer ioga, pilates ou caminhada, pois esses exercícios liberam endorfinas, que são ótimos aliados no controle da dor.
Sofre de Enxaqueca? Agende sua consulta através do site: www.cente.net.br ou pelo Whatsapp: 12.99639.6954

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